A transição de um ciclo escolar para outro sempre traz grandes mudanças e desafios para a rotina dos educandos: novos professores, novos aprendizados, novas descobertas e outras responsabilidades. A saída do Ensino Fundamental – do 1º ano até o 9º ano – e o ingresso no Ensino Médio, que encerra a fase final da educação básica no Brasil, marca o vislumbre da vida depois da escola e do início da transição entre as fases da adolescência e a sua trajetória adulta. Após a 3ª série – ou mesmo antes –, será preciso decidir que caminho seguir.
Mas o que faz essa fase da vida, a adolescência, ser tão especial? A adolescência é biológica, natural, universal e positiva. Esse momento denota um período de estado cerebral de pressões internas e estágio da vida de pressões externas.
A neurociência tem feito enormes avanços no estudo dessa fase tão famosa e muitas vezes desafiadora: a adolescência. Segundo estudos sobre o funcionamento do cérebro adolescente, foi constatado que o córtex pré-frontal – responsável pela lógica, pela razão, pela tomada de decisão, pelo controle dos impulsos e predição – é uma das regiões cerebrais de desenvolvimento mais lento, somente se desenvolvendo plenamente na terceira década de vida. Uma implicação disso é que desafios básicos do dia a dia são mais difíceis, como controlar os impulsos, fazer mais de uma tarefa ao mesmo tempo, concentrar-se por longos períodos, renunciar a recompensas imediatas e arriscar-se.
Há três fases: a adolescência inicial – que vai dos 12 aos 14 anos; a adolescência intermediária, dos 15 aos 17 anos; e a adolescência final, dos 18 anos em diante. A neurociência tem mostrado que o desenvolvimento cognitivo vai além dessa fase final, afetando diretamente a sua maturidade emocional, seu julgamento e sua auto imagem até que o córtex pré-frontal se desenvolva completamente.
Esse lento desenvolvimento também traz mudanças no padrão de sono, visto que a atividade hormonal também continua até depois dos vinte anos. Uma coisa é certa: cada jovem se desenvolve no seu próprio ritmo.
Somado a isso tudo, existe também o momento em que se experimentam mudanças corporais bastante intensas, além do aprofundamento das relações afetivas e da vida amorosa, da descoberta da sexualidade, incluindo as profundas inquietudes típicas das fases da adolescência.
Quando essa transição envolve também uma mudança de escola – na qual os colegas não serão mais os mesmos, o ambiente será diferente, as disciplinas e os professores serão outros -, os cuidados e a atenção devem ser redobrados.
A família tem um papel fundamental para que o educando possa lidar com essa transição de maneira natural, sem que a ele sejam impostas mais dificuldades do que o necessário. Para que eles consigam transitar de maneira mais confiante e tranquila, é necessário haver diálogo aberto com os filhos e apoio, envolvendo transmissão de segurança, compreensão, interesse, mas também autoridade na educação dos filhos. O novo cotidiano trará mudanças positivas, e elas precisam ser destacadas.
A escolha de uma profissão, as pressões advindas do vestibular e ENEM, a necessidade de mais autonomia, maiores responsabilidades e compromissos passam a fazer parte desse novo cotidiano. Para muitos, essa transição é uma conquista, marcada por mais independência e liberdade de ser quem é. Entretanto, é importante que a construção dessa autonomia venha aliada à capacidade de orientação por si mesmo e à responsabilidade por suas atitudes e escolhas.
Em meio a tantas novas demandas e a esse turbilhão de sentimentos e vivências, muitos adolescentes podem acabar deixando a vida escolar em segundo plano devido à confusão natural que se estabelece nesse período. Ainda mais se eles não contarem com uma boa rede de apoio na escola e na família, as paixões e intensidades típicas dessa fase podem virar uma prioridade.
O acompanhamento próximo dos pais e a motivação se fazem necessárias, mas sem exagero. É preciso que haja espaço para o crescimento, para que se tornem adultos fortes, independentes e responsáveis pelas próprias escolhas.
No Brazilian International School, priorizamos a evolução do aluno, de modo que ele perceba que nessa instituição ele está seguro, acolhido e motivado. Buscamos oferecer as ferramentas que o levem a descobrir de verdade quem ele é e o que quer para a sua vida, lembrando-lhe que não existe necessariamente a obrigação de suprir às expectativas familiares.
A equipe docente do Ensino Médio é convidada a orientar os alunos sobre o que é esperado deles nesse novo ciclo, assim como sobre escolhas e desejos em relação ao Ensino Superior e ao futuro profissional. Dedicação, maturidade e autonomia são algumas das novas demandas desse ciclo.
O Colégio BIS oferece um serviço de coordenação pedagógica, orientação educacional e aconselhamento a fim de apoiar os alunos e as famílias, assegurando a tendência de um desempenho positivo nos trimestre seguintes. As dificuldades existirão, é claro, mas com o amadurecimento aguardado nesta etapa eles entrarão no novo ritmo naturalmente.